Representações municipais de entidades de agricultores familiares agroecológicos se reuniram no dia 24 de maio último para discutir as ações desenvolvidas com Bancos de Sementes e pensar uma campanha de reanimação dos Bancos de Sementes Comunitários e Familiares, criação de novos bancos além de reativar unidades adormecidas, criando assim instrumentos metodológicos para o monitoramento dos bancos em diversos municípios que compõem o Pólo Sindical da Borborema.
O evento aconteceu na sede da AS-PTA na Distrito São Miguel, município de Esperança e contou com agricultores responsáveis pela organização desses Bancos em municípios e comunidades diversas.
Emanoel Dias é agrônomo da AS-PTA, entidade que assessora as entidades e comunidades de agricultores nos municípios do Agreste, Brejo e Curimataú e disse que essa foi uma reunião da comissão de sementes do Pólo da Borborema onde o objetivo foi encaminhar algumas atividades que estão dentro do planejamento anual da comissão. “Então a comissão no início do ano planejou algumas oficinas de produção de silos metálicos, algumas visitas de intercâmbio, alguns cursos de gerenciamento de bancos de sementes e a gente a partir dos parceiros que a AS-PTA vem captando recursos a gente acabou de marcar hoje aqui duas oficinas de silos na idéia de capacitar pelo menos 20 agricultores e agricultoras na produção de silos e que esses silos vão ser importantes para o próprio armazenamento de sementes e também algumas visitas de intercâmbios que aqui foram encaminhados para fazer uma animação com os bancos de sementes da Borborema, então todo esse processo é exatamente preparatório para que quando as pessoas tiverem as sementes no roçado, seja de milho, fava, a diversidade de forma geral, elas possam estar preparadas, organizadas, estruturadas para fazer o armazenamento de suas sementes nos bancos de sementes. Então essa atividade ela busca fortalecer e construir o trabalho de sementes desenhado aqui na região da Borborema”.
Joaquim Pedro de Santana é agricultor e representante das entidades de agricultores e agricultoras de Montadas, participou do evento e, ao participar do Programa Domingo Rural do dia 29 de maio, disse que o balanço feito na reunião mostra dados positivos já que a realidade do inverno aponta para probabilidade de lucros nos municípios da região o que facilitaria o trabalho de guardar as sementes da paixão através dos Bancos de Sementes. “Por enquanto o que se diz de lucros são poucos, agora as possibilidades são grandes, o plantio é enorme, o pessoal está empolgado e as lavouras são muito boas e nós temos muitas possibilidades nesse ano, se Deus quiser vai haver um bom lucro”.
Maria Izabel do Livramento Rocha Santos é agricultora no município de Solânea, faz parte da comissão de Bancos de Sementes do Pólo e, ao participar do Domingo Rural, disse que o trabalho de preservação das sementes representa mais um processo de valorização para os agricultores capacitando-os para que guardem sempre uma semente de boa qualidade e se tornem livres das dependências de mercado e das dependências políticas nas épocas de plantio. “Agora é uma coisa muito importante porque lembro que quando eu era criança meu pai tomava emprestado quando não tinha sementes e agora a gente vê que com os nossos governantes a gente não tem essa chance e agora com esse trabalho do Pólo chega mesmo na hora para a gente agricultores, é uma valorização a mais para o agricultor”.
Moacir Paulo Luciano mora no Assentamento Santa Paula de Casserengue e disse que o planejamento é importante para que os municípios possam expressar o que se está fazendo no processo de bancos de sementes comunitários e familiares e explicou o trabalho que vem sendo desenvolvido no município de Casserengue. “Todo ano cada agricultor tem o seu banco nativo que é o de casa, além do banco comunitário tem o nativo que é o de casa que é o banco de todo agricultor, mas eles quando guardam a semente da planta no banco nativo que eles tem sempre procuram o banco comunitário que é aonde eles pegam mais sementes de outras variedades que as vezes eles até não têm e com esperança de plantar, colher e na época devolver”.
Antônio Luiz da Silva é do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Massaranduba, participou do evento, foi entrevistado do Programa Domingo Rural e disse que trata-se de um encontro que ajuda nas decisões a serem toadas nas bases comunitárias rurais junto as famílias agricultoras. “A gente está iniciando, a gente está começando o banco, eu levei 100 quilos de feijão e já distribui 60 quilos, só tem 40 quilos de feijão, já tem 60 famílias de gente já envolvida”, revela a liderança dizendo que a tendência é de fortalecimento naquele município do agreste paraibano.
José Luna de Oliveira, Zé Pequeno, é agricultor no município de Alagoa Nova, disse que o trabalho é interessante e que há um processo de confiança entre os agricultores e as entidades dos agricultores e agricultoras daquele município do Brejo paraibano. “Eles confiam muito no trabalho, lá tem seis bancos de sementes funcionando muito bem e cada vez mais eles(agricultores) se sentem mais fortalecidos porque os bancos de sementes lá de Alagoa Nova é dentro das áreas aonde mais se planta, porque Alagoa Nova tem áreas que não planta muita semente, é de hortaliças e essas outras coisas, mas onde está os bancos de sementes funcionando é aonde os agricultores plantam as diversidades de sementes e os bancos de sementes estão bem abastecidos e vai se abastecer cada vez mais”, relata Pequeno, argumentando que esse ano a safra será farta e de boas expectativas. “A expectativa é 100% do que aconteceu no ano passado, esse ano os campos vale a pena você andar dentro dos campos de sementes, os roçados estão maravilhosos. É muito milho, é muita fava, é muito feijão de arranca, é feijão macacar e uma diversidade que vale a pena vê nos campos da agricultura hoje como está funcionando”.
Fonte : Stúdio Rural / Programa Domingo Rural